As entidades abaixo assinadas repudiam, de forma veemente, a
expulsão da presidente em exercício do Sindicato dos Jornalistas Profissionais
no Estado do Ceará (Sindjorce), Samira de Castro, da redação do Diário do
Nordeste pelo diretor editor Ildefonso Rodrigues. O maior jornal do Ceará
dispensou os trabalhos da jornalista em retaliação à matéria "Prática
anti-sindical: Diário e O Povo censuram edital de assembleia por local de
trabalho", publicada no site do Sindjorce no dia 26 de março.
A repercussão nacional da denúncia despertou a ira dos patrões.
Dois dias depois da publicação da matéria, o presidente do Sindicato das
Empresas Proprietárias de Jornais e Revistas (Sindjornais), Mauro Sales,
ameaçou, na presença de funcionários do jornal O Povo, o diretor de Ação
Sindical do Sindjorce, Mirton Peixoto. Sales disse que os jornais iriam
"endurecer" com o sindicato laboral, ameaça que se concretizou na semana
seguinte.
Na tarde de segunda-feira (02/04), o editor Ildefonso Rodrigues
chamou Samira na sala dele para comunicar que o jornal estava "liberando" a
dirigente da obrigação de trabalhar. Afirmou que "não era interessante" para o
Diário do Nordeste a presença da sindicalista na redação, atitude que
caracteriza claramente perseguição política e prática anti-sindical por parte
da empresa.
Com a expulsão da presidente do Sindjorce da redação, sobe para
seis o número de dirigentes sindicais empregados do Diário do Nordeste e do O
Povo a serem demitidos ilegalmente ou afastados compulsoriamente dos locais de
trabalho em função da atuação sindical. São eles: Antônio Alves Gaudino,
secretário-geral, e Juarez Alves Galdino, secretário de Formação (ambos do
Sintigrace); Mirton Peixoto, diretor de Ação Sindical do Sindjorce, Evilázio
Bezerra, diretor executivo da entidade, e Déborah Lima, diretora de
Administração e Finanças do sindicato.
As entidades repudiam a posição intimidatória dos jornais
cearenses, certas de que este é o sentimento de toda categoria. Os
trabalhadores não irão se intimidar diante destas ações e, com consciência,
autonomia e independência, continuarão a defender aumento real, condições
dignas de saúde e segurança, igualdade de direitos e fim das práticas
anti-sindicais.
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