Sindicatos repudiam agressões contra profissionais de comunicação

Três casos de agressões contra profissionais de imprensa movimentaram os Sindicatos dos Jornalistas do Paraná, de Londrina e de Santa Catarina. Em Londrina, o prefeito Homero Barbosa Neto proferiu ataques pessoais à repórter da Folha de Londrina, Loriane Comeli. Em Curitiba, os jornalistas Félix Calderaro e Cristiano Castilho foram vítimas da truculência da Polícia Militar. E em Garopaba (SC), o radialista André Luiz de Oliveira foi agredido pelo gerente e por funcionários de um restaurante do município.

Em nota emitida no dia 6 de fevereiro, a diretoria do Sindicato dos Jornalistas de Londrina repudiou a conduta do prefeito Homero Barbosa Neto, que durante entrevista coletiva concedida à imprensa no dia 2 de fevereiro proferiu ataques pessoais à repórter da Folha de Londrina, Loriane Comeli. Na ocasião, o prefeito acusou a jornalista de persegui-lo com o levantamento de notícias “requentadas ou mesmo até informações que são atribuídas a adversários políticos, sem nenhuma substância”.

Segundo o Sindicato, mais uma vez o prefeito de Londrina desfere ataques a jornalistas no momento em que é interpelado a respeito de irregularidades cometidas em sua administração, como ocorreu em março de 2011, quando surgiram denúncias ligadas à contratação de empresa para executar o serviço de coleta de materiais recicláveis. “Ataques pessoais e, mais especificamente, a jornalistas, como tem sido praxe para o prefeito de Londrina, não condizem com a postura de um administrador público, que tem a obrigação de dar a todos e a toda hora respostas sobre quaisquer indícios de irregularidades que estiverem ligadas à sua gestão”, diz a nota.

Truculência e despreparo policial
Também no dia 6, o Sindicato dos Jornalistas do Paraná repudiou a ação da Polícia Militar do estado realizada na noite do domingo (05), na região do Largo da Ordem, em Curitiba. O 1º Comando Regional da Capital, responsável por garantir segurança para o bloco pré-carnavalesco Garibaldis e Sacis, demonstrou despreparo e excedeu o uso da força. Por volta de 21 horas, quando o “Sacis” já havia desfilado, viaturas passaram pela região do Largo e observaram um grupo de pessoas que cantavam músicas que faziam referência ao uso de entorpecentes.

Segundo a versão da PM, esse grupo recebeu as viaturas com pedras e garrafas, após isso foi chamada a Ronda Ostensiva de Natureza Especial (RONE) e o batalhão de choque, que chegaram à altura da Rua Mateus Leme, na primeira quadra do Largo. O jornalista Felix Calderaro (Ó-TV), que estava no “rescaldo” do bloco pré-carnavalesco, foi alvejado com uma bala de borracha nas costas. Já Cristiano Castilho (jornalista da Gazeta do Povo), em busca de informações sobre a ação da PM, questionou alguns policiais sobre os motivos da operação, quando foi agredido. “Eu estava filmando, me identifiquei como jornalista e levei uma cacetada no braço”, relatou Cristiano.

Outro profissional atingido de maneira truculenta foi o radialista Sidney Alves (Banda B). Ele aproximou-se de um policial para buscar informação e recebeu uma borrifada de spray de pimenta.

“O Sindijor-PR repudia a ação da PM, reforça que ela foi feita de maneira truculenta e sem a devida preparação para o contexto. Embora coronel Ademar Cunha Sobrinho e o secretário de Estado da Segurança Pública, Reinaldo de Almeida César, entendam que os agentes tenham atuado corretamente, o Sindijor-PR não vê razão para a PM agir de maneira intransigente”, registra a nota.

Agressão covarde
Já em nota emitida no dia 8 de fevereiro, o Sindicato dos Jornalistas repudiou a agressão covarde cometida contra o radialista André Luiz de Oliveira, da Rádio Frequência, de Garopaba, balneário no Sul do estado. Oliveira, de 51 anos, foi atacado pelo gerente e por funcionários de um restaurante do município, quando tentava fotografar, por volta de 1h da madrugada, a ação de um caminhão limpa fossa no local. Os agressores desferiram socos e ponta-pés contra o radialista, que, caído no chão, teve a câmera fotográfica e o celular destruídos.

A Rádio Frequência já havia recebido queixas de donos de bares vizinhos ao restaurante Gelomel, que consideram o horário impróprio – muito cedo para esta época do ano – para fazer a limpeza das fossas. André Luiz foi conferir a reclamação de que o mal cheiro estava afugentando os clientes dos estabelecimentos da redondeza e resolveu fazer também o registro fotográfico da ação, quando foi agredido sem chance de defesa. O radialista foi levado ao pronto-socorro, onde recebeu dez pontos no rosto. Ele corre o risco de perder parcialmente a visão do olho direito.

“Ao exercer sua profissão, os profissionais de comunicação apenas cumprem o dever de apurar e comunicar os fatos de interesse social. Não podem, por isso, ter seu trabalho cerceado e sua vida ameaçada. Não podem tampouco sofrer censura, intimidação, abuso ou qualquer forma de humilhação, sob pena de colocarmos em risco as conquistas democráticas duramente conquistadas”, diz a nota do Sindicato catarinense. O Departamento Jurídico da Rádio está tomando as providências cabíveis contra os agresores

 

 

 

 

 

 

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